GASTRODUODENOSTOMIA LATERO-LATERAL SEM PILORECTOMIA EM CADELAS COM ESTENOSE GÁSTRICA PÓS- GASTRORRAFIA: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS

  • Autor
  • Eduarda Caran Pagassini
  • Co-autores
  • Anna Vitória de Almeida da Silva , Charles Pelizzari , Larissa Maria Salvi
  • Resumo
  • A gastroduodenostomia é uma técnica cirúrgica que estabelece uma comunicação direta entre o estômago e o duodeno, indicada em casos de obstrução da saída gástrica causadas por estenoses, neoplasias ou alterações anatômicas que dificultam o esvaziamento gástrico. Essa intervenção visa restabelecer o trânsito fisiológico do alimento para o intestino delgado, sendo particularmente útil quando abordagens menos invasivas não são viáveis ou se mostram ineficazes. Este resumo tem como objetivo relatar dois casos clínicos de cadelas sem raça definida (SRD), com idades de quatro e cinco anos, atendidas no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentando sinais compatíveis com abdômen agudo, incluindo apatia, vômito, anorexia e dor abdominal. Exames de imagem (radiografias e ultrassonografia) revelaram quadro de peritonite associada à ruptura gástrica, com indicação de celiotomia exploratória. Durante este procedimento, foi constatada ruptura gástrica, sendo realizada gastrorrafia em diferentes regiões: na região antropilórica em um dos casos, e no corpo gástrico no outro. Apesar da correção inicial bem-sucedida, ambas as pacientes evoluíram com estenose do local operado entre o 5º e o 10º dia de pós-operatório, associada à formação de tecido cicatricial fibroso, causando novo quadro de obstrução gástrica funcional. Frente a esse quadro, optou-se por reintervenção cirúrgica. Foi realizada gastroduodenostomia latero-lateral sem ressecção pilórica, uma vez que o piloro se encontrava estrutural e funcionalmente preservado. A escolha pela técnica de Jaboulay foi baseada na individualização do caso e na ausência de necessidade de procedimentos mais agressivos, como a gastrectomia distal (Billroth I), que exige ressecção pilórica. O pós-operatório foi conduzido com suporte intensivo, incluindo fluidoterapia, analgesia, antibioticoterapia e dieta líquida progressiva. O acompanhamento incluiu exames laboratoriais (hemograma) e monitoramento ultrassonográfico (T-FAST), que demonstraram boa evolução. Ambas as pacientes receberam alta médica após estabilização clínica. No retorno ambulatorial, 15 dias após a cirurgia, mantinham-se em bom estado geral, com exames sem alterações significativas. Conclui-se que a gastroduodenostomia latero-lateral sem pilorectomia pode ser considerada uma alternativa cirúrgica segura e eficaz em casos de estenose gástrica secundária à gastrorrafia, oferecendo boa recuperação clínica e prognóstico favorável, especialmente quando há preservação do piloro e contraindicação a técnicas mais invasivas. 

  • Palavras-chave
  • Billroth, pilorectomia, ultrassonografia.
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